Por
Wildemir Demartini
Presidente da Regional Centro-Oeste da Fiabci/Brasil
Artigo publicado no jornal O Estadão, em 9 de setembro DE 2014, caderno Economia, página B6.
Presidente da Regional Centro-Oeste da Fiabci/Brasil
Artigo publicado no jornal O Estadão, em 9 de setembro DE 2014, caderno Economia, página B6.
O ano ainda não acabou, mas
já é possível dizer que o mercado imobiliário do Distrito Federal – considerado
um dos maiores do País – enxerga 2014 como um período de retomada das
expectativas de bons negócios, estimulando perspectivas positivas para o triênio
2015–2017, após uma temporada de pouco crescimento, que perdurou por mais de
dois anos.
Durante o período de
janeiro a julho deste ano, foram registrados doze lançamentos na região, um
movimento fraco, se comparado a 2011, e que até poderia sinalizar aos
compradores que o ritmo de negócios iria agonizar. Entretanto, a maioria dos
terrenos destinados a empreendimentos imobiliários no DF é ofertada
periodicamente pelo governo local que, recentemente, vendeu com sucesso as
projeções do novo bairro Noroeste, situado no Plano Piloto de Brasília. Além
disso, novos lançamentos residenciais no Plano foram anunciados no início do
segundo semestre, a um preço médio de R$ 15 mil o metro quadrado. São fortes
indicativos de que a indústria imobiliária está reagindo.
O vai-e-vem do mercado
imobiliário é algo natural. No entanto, o período de aquecimento do Distrito
Federal e de várias outras praças, que aconteceu de 2008 ao início de 2011,
deixou todos os incorporadores, construtores, vendedores e compradores de imóveis
muito entusiasmados com o fluxo de negócios em ritmo alucinante. Na época,
foram lançadas centenas de empreendimentos residenciais, comerciais, hoteleiros
e loteamentos. Os preços acompanhavam o crescimento da demanda, resultado do
aumento de renda e da geração de emprego, e os lançamentos eram rapidamente
absorvidos pelo mercado.
Foi um período bom, mas, ao
mesmo tempo, preocupante. A alta dos preços fez com que aumentasse a
volatilidade dos parâmetros de mercado. Agora, passado o período de euforia, fica
mais fácil analisar o segmento. O DF passou por uma adequação das expectativas
das empresas e dos compradores, o mercado tornou-se mais criterioso e os
especuladores de ocasião, assim como os empresários de oportunidade, deixaram o
cenário econômico.
Apesar da reação do
mercado, a burocracia continua sendo um impeditivo para um crescimento mais
efetivo da indústria imobiliária, uma das maiores contribuintes do PIB da
capital federal. Sem a agilidade necessária para estimular os negócios no
setor, Brasília viu a quantidade de lançamentos diminuir para apenas 21 em
2013, quatro vezes menos do que em 2011. Além disso, o poder público não foi
suficientemente ágil, durante anos, para executar as necessárias obras de
infraestrutura, que são fundamentais para a implantação de empreendimentos
imobiliários.
Pode-se
concluir, portanto, que o setor vem se sustentando vendendo estoques. No
momento, calcula-se um estoque anual entre 10 mil e 12 mil unidades,
considerado um nível normal para o mercado do Distrito Federal. Será
necessário, portanto, que sejam aceleradas as obras de infraestrutura e em
novos bairros para que haja, novamente, crescimento contínuo no ritmo de
vendas. As expectativas são positivas e os indícios da retomada já estão
aparecendo, para que bons frutos sejam colhidos a partir do ano que vem.
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